segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Região Serrana - o Brasil busca os culpados


   Face a esse clima de tristeza e de dor que se alojou em nossos corações, em razão desta que é a maior catástrofe natural do Brasil – e que já ceifou centenas de vidas – abriu-se uma espécie de “temporada” de caça aos culpados, como se essa caça compensasse, ou melhor: pagasse o preço de tantos sonhos precocemente perdidos, ou sepultados talvez para sempre num mar de lamas e pedras.
   Mas como a sociedade exige respostas imediatas, mas nem sempre satisfatórias, essa caça se fez necessária.
   Ora, excetuando-se a Natureza ( pois os fenônemos naturais chegaram aqui antes de nós ), podemos dizer que os políticos de plantão, ou eleitoreiros, estão entre os principais culpados, já que, no afã de ganhar mais votos na próxima eleição, eles agilizam e facilitam a ocupação de áreas de risco por parte da população carente e sem teto. Também não podemos poupar, é claro, as demais autoridades constituídas. Estas, salvo raríssimas exceções, sempre fizeram vistas grossas a essas ocupações irregulares ao longo das décadas. Portanto elas também merecem a sentença de culpa.
   E por fim não podemos deixar de fazer menção dos paises industrializados, que em nome de um  progresso infrene e  irresponsável, poluem e destroem o planeta, numa reação em cadeia, deixando-o mais propenso a mudanças climáticas que às vezes se precipitam em forma de chuvas torrenciais.
   E agora? O que o futuro nos reserva? Isso muito dependerá da atitude e da “vontade política” dos governantes e das demais autoridades deste país. Será que tomarão providências a fim de impedir futuras tragédias? Conseguirão retirar a tempo famílias inteiras das áreas de risco? Isso só o tempo dirá.... Mas o tempo urge e vidas estão em jogo!... Então... que venha o próximo verão!...


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Desmatamento - a força dos madeireiros


    Pelos cálculos do Inpe ( Instituto Nacional de Pesquisas ), 18% dos 680 mil km2 da maior     floresta do mundo já foram devastados pelo homem.
    Enquanto isso o Brasil se gaba de ostentar os seus belos feitos, os seus recordes, os seus grandes dados estatísticos que nos deixam de queixo caído. Entretanto tal ostentação às vezes se presta a mascarar – como no exemplo acima - uma realidade que está  diante de nossos olhos, e quase não nos damos conta disso.
     Vejam esses números: a Amazônia brasileira compreende 3.581 km2 ( 42,07%  do país); sua bacia fluvial possui 1/5 da disponibilidade de água doce do planeta, além de abrigar 33% das florestas tropicais existentes,  e etc...
   Acontece que, absortos na dimensão territorial da Amazônia, poucos de nós nos damos conta de que a região agoniza também por seus dados negativos. Sabe-se que o Brasil é maior exportador mundial de carne bovina, com destaque para a pecuária na Amazônia legal, cuja taxa de crescimento é 10 vezes maior do que no restante do país. O problema é que grande parte da área desmatada na Amazônia é também ocupada pela pecuária. Mas o desmatamento não seria assim tão crônico se não fosse o assédio constante da industria madeireira que devasta o equivalente a nove campos de futebol por minuto. E é justamente esse desmatamento ilegal que se converte em pastagens para o gado, depois as pastagens degradadas cedem lugar ao cultivo de soja, que serve de ração para os animais. Entendeu? É tudo um vergonhoso toma lá dá cá: os plantadores de soja precisam dos pecuaristas que precisam dos madeireiros.
   Com efeito, a velocidade do desmatamento está condicionada ao perverso e imoral sincronismo desses três ramos de atividade. Fica patente que esse conluio levará à destruição total da floresta amazônica. E o que se tem feito para combater esse círculo vicioso? Embora o Brasil tenha conseguido reduzir o desmatamento através de esforços oficiais ( como a criação de unidades de conservação e aumento da fiscalização, com a presença mais efetiva do Ibama e da Policia Federal ), embora os ambientalistas pugnem pela defesa da região, dando do seu tempo e energia, isso ainda é pouco. É mister que cada um de nós se torne não só uma espécie de fiscal da Natureza, mas também se policie sempre, por não soltar balões, por não jogar pontas de cigarros acesas nas margens das estradas, por não comprar madeiras e plantas nativas sem o certificado de origem, por evitar comprar imóveis dentro de áreas protegidas, e, acima de tudo, por denunciar às Autoridades e ao Ibama qualquer agressão ao meio ambiente.
   Portanto, somente através desse esforço, como direi, coletivo, é que teremos ainda alguma chance de salvar essa que é considerada um dos patrimônios da humanidade, a saber, a nossa decantada floresta amazônica!